Dores Musculares em Crianças: Podem Ser um Sinal de Algo Mais?

Dores Musculares

Publicado em: 15 de maio de 2025


Muitas crianças se queixam de dores nas pernas, nos braços ou nas costas, especialmente após um dia de atividades intensas. Na maioria das vezes, tratam-se de algo leve e passageiro. No entanto, em alguns casos, dores musculares persistentes podem ser um sinal de alterações neurológicas, especialmente quando associadas à fraqueza, ao cansaço excessivo ou à dificuldade para realizar atividades motoras.

Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre como a Neurologia Infantil avalia essas dores, quais sinais indicam a necessidade de investigação e o que pode estar por trás de sintomas musculares em crianças, com foco em doenças neuromusculares.

Dores Musculares em Crianças – Quando Deixam de Ser Normais

Dores após brincar, correr ou praticar esportes são comuns. Porém, se a dor muscular:

  • Aparece sem esforço físico evidente;
  • Persiste por mais de uma semana;
  • Atrapalha o sono ou o andar da criança;
  • Vem acompanhada de fraqueza, quedas ou perda de habilidades.

Então, o ideal é buscar uma avaliação com um neuropediatra. Essas dores podem ser o primeiro sinal de doenças neuromusculares ou neurológicas progressivas, que quanto antes são detectadas, maiores são as chances de controle e qualidade de vida.

Sinais Neurológicos Associados à Dor Muscular

A dor muscular isolada costuma ter origem benigna. Porém, o alerta deve acender quando há associação com:

  • Fraqueza muscular visível;
  • Dificuldade para subir escadas, correr ou levantar do chão;
  • Quedas frequentes ou perda de equilíbrio;
  • Rigidez muscular ou espasmos;
  • Redução da força nas mãos ou nas pernas;
  • Marcha alterada (andar diferente do comum);
  • Perda de habilidades previamente adquiridas (regressão).

Esses sinais podem indicar comprometimento neuromuscular, exigindo investigação especializada na área de Neurologia Infantil.

Doenças Neuromusculares na Infância

A Neurologia Infantil engloba um grupo de condições chamadas doenças neuromusculares, que afetam a função dos músculos e nervos. Muitas dessas doenças são genéticas ou congênitas, e algumas se manifestam de forma sutil, com dores, cansaço ou fraqueza progressiva, sendo as mais comuns:

Distrofias Musculares

Como a Distrofia Muscular de Duchenne, que afeta meninos e costuma se manifestar entre 2 e 6 anos, com fraqueza nos membros inferiores e dificuldade para correr ou subir escadas.

Miopatias Congênitas

Causam fraqueza muscular desde os primeiros meses ou anos de vida, podendo vir acompanhadas de atraso motor e fadiga.

Miastenia Gravis Juvenil

Doença autoimune que afeta a comunicação entre nervos e músculos, levando a fadiga muscular, ptose palpebral (pálpebras caídas) e dificuldade de fala ou mastigação.

Doenças Inflamatórias e Autoimunes

Como dermatomiosite e polimiosite, que causam dor, fraqueza, inflamação muscular e, às vezes, alterações de pele.

Polineuropatias Hereditárias

Como a Doença de Charcot-Marie-Tooth, que afeta os nervos periféricos e pode causar dor, perda de força e deformidades nos pés.

Como o Neuropediatra Avalia Dores Musculares

O neurologista infantil, ou neuropediatra, é o médico especialista no desenvolvimento neurológico da criança. Ele avalia se as dores estão relacionadas às alterações nos músculos, nervos ou no sistema nervoso central. A investigação pode incluir:

  • Histórico detalhado (inclusive desenvolvimento motor desde os primeiros anos);
  • Exame físico e avaliação da força, do tônus muscular e dos reflexos;
  • Exames laboratoriais, como dosagem de enzimas musculares (CPK);
  • Eletromiografia (EMG), que analisa a função nervo-músculo;
  • Ressonância magnética muscular ou cerebral;
  • Testes genéticos, quando há suspeita de doenças hereditárias.

O objetivo principal é identificar precocemente qualquer condição que possa comprometer o desenvolvimento motor das crianças.

Procurando um Neurologista Infantil

É fundamental que você leve seu filho a uma consulta neurológica caso ele sinta dores frequentes associadas à fraqueza ou ao cansaço desproporcional, bem como se houver alguma dificuldade em atividades que eram executadas com facilidade, quedas repetidas, marcha alterada, regressão motora, queixa de dor que impede de brincar, andar ou ir para escola.

Além disso, aquelas que possuem histórico familiar de doenças neuromusculares também precisam passar por consulta para descartar ou confirmar alguma condição. A avaliação precoce permite diagnóstico mais preciso e início de terapias específicas que ajudam a manter a autonomia e o bem-estar da criança.

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