Eletroneuromiografia em Crianças: Tire Suas Dúvidas Aqui

Publicado em: 24 de julho de 2025
Quando uma criança apresenta queixas como fraqueza muscular, formigamentos, dores ou dificuldades motoras, é natural que os pais busquem respostas para tais sintomas. Uma ferramenta importante para o diagnóstico de problemas neuromusculares é a eletroneuromiografia, um exame que ajuda a avaliar o funcionamento dos nervos e músculos.
Apesar de muito utilizado, muitos pais ainda têm dúvidas sobre o que é e como esse exame funciona em crianças. As principais indagações são em relação às possíveis dores que o procedimento pode causar, além disso, a segurança também é frequentemente questionada. Continue a leitura deste artigo e entenda melhor o que é a eletroneuromiografia, sua importância na Neuropediatria e como é realizada.
A eletroneuromiografia (ENMG) é um exame que avalia o funcionamento dos músculos e dos nervos periféricos, permitindo identificar se há algum tipo de comprometimento nos nervos, nos músculos ou na junção entre eles. O exame é dividido em duas partes principais:
Na Neuropediatria, a eletroneuromiografia é uma ferramenta fundamental para auxiliar no diagnóstico de diversas condições neuromusculares. Ela é indicada quando há suspeitas de quadros como:
Também é uma possibilidade para possíveis diagnósticos quando a criança apresenta alterações na marcha ou quedas frequentes, além de formigamento, dormência ou dor inexplicável nos membros.
A realização desse exame auxilia a diferenciar se os sintomas relatados pela criança são causados por problemas nos nervos, músculos ou em ambos, sendo decisivo para um diagnóstico preciso e para direcionar o melhor tratamento.
A Eletroneuromiografia em crianças pode ser realizada em diferentes partes do corpo, de acordo com os sintomas apresentados e a suspeita clínica levantada pelo médico responsável. Esse exame é direcionado para os nervos e músculos que serão avaliados, levando sempre em consideração as queixas da criança, os achados clínicos e os objetivos do diagnóstico.
Geralmente, as regiões corporais mais avaliadas são:
Braços, antebraços, ombros e mãos, principalmente em casos de fraqueza, perda de força, suspeita de lesão nervosa como plexo braquial, alterações de sensibilidade.
Coxas, pernas e pé, realizada quando há algum tipo de queixa que envolva dificuldades para andar, quedas frequentes, fraqueza, cansaço muscular ou alteração na marcha.
Indicada em casos de paralisia facial, suspeita de acometimento de nervos cranianos e distúrbios de movimento.
Feita quando existe alguma suspeita de comprometimento de raízes nervosas, como em casos de mielomeningocele, lesões medulares ou alterações congênitas.
É importante ressaltar que a escolha dos músculos e nervos a serem avaliados é sempre personalizada, feita pelo neuropediatra ou pelo especialista que realiza o exame, com base nos sinais clínicos de cada criança.
A eletroneuromiografia é realizada em um ambiente controlado, com a criança deitada ou sentada de forma confortável. Existem dois principais tipos de avaliação dentro desse exame, sendo eles:
O exame de eletroneuromiografia pode ser realizado em qualquer faixa etária, desde recém-nascidos até adolescentes, sempre que houver indicação médica. Porém, é importante que o exame seja feito por profissionais especializados em neuropediatria.
O tempo do exame varia de 30 minutos a 1 hora, dependendo da quantidade de nervos e músculos que precisam ser avaliados. A eletroneuromiografia em crianças é considerada muito segura, sem risco de efeitos colaterais permanentes.
Na parte elétrica, o desconforto é leve, similar a pequenas picadas ou choques suaves. A eletroneuromiografia com agulha pode gerar um desconforto um pouco maior, mas é rápida, segura e bem tolerada na maioria dos casos, principalmente quando o profissional tem experiência em realizar o exame na faixa etária pediátrica.
Sempre que possível, são utilizadas técnicas para minimizar o desconforto, como:
Já na prática clínica, o exame é mais frequentemente indicado a partir dos 6 meses de idade, quando há mais facilidade de análise dos dados elétricos e melhor colaboração, mas pode ser feito antes disso, se houver uma necessidade clínica bem estabelecida, como em casos de suspeita de:
O especialista avalia se há necessidade de usar estratégias específicas, como distrações lúdicas ou, em casos selecionados, leve sedação, sempre priorizando o conforto e a segurança da criança.
Realizar a eletroneuromiografia em crianças exige treinamento específico, sendo necessário adequar as técnicas à idade e à colaboração da criança. A interpretação dos resultados deve ser feita por profissionais capacitados, pois o desenvolvimento neurológico infantil é diferente do adulto. O neuropediatra saberá correlacionar os achados do exame com a história clínica, garantindo um diagnóstico mais preciso.
A eletroneuromiografia é muito segura e raramente apresenta contraindicações, mas podem ocorrer quando:
Além disso, a eletroneuromiografia pode ser adiada ou adaptada em casos de:
Assim como acontece em outros procedimentos, a eletroneuromiografia precisa que o paciente tenha alguns cuidados antes e depois do exame, sendo eles:
A criança pode retomar suas atividades normalmente, incluindo escola, brincadeiras e alimentação;
Na eletroneuromiografia com agulha, pode ocorrer leve dor muscular ou pequenos hematomas no local da aplicação, que desaparecem espontaneamente em poucos dias.
Se seu filho apresenta sinais como fraqueza, quedas frequentes, dores ou dificuldades motoras, converse com um neuropediatra especializado, que poderá avaliar a necessidade desse exame e conduzir todo o processo de forma cuidadosa e acolhedora.