Shuddering e Outros Episódios Paroxísticos: O que os Pais Precisam Saber

Shuddering

Publicado em: 11 de setembro de 2025


Ver um bebê ou uma criança pequena apresentar movimentos repentinos, tremores ou episódios considerados por muitos como “estranhos” é algo que assusta qualquer pai ou mãe. Muitas vezes, esses episódios se parecem com convulsões ou crises epilépticas, mas nem sempre são. Um exemplo típico é o shuddering, um tipo de movimento involuntário que pode parecer preocupante, mas que, na maioria dos casos, é benigno.

Se você já viu seu filho “trêmulo” por alguns segundos ou com movimentos bruscos e rápidos, continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre o que é o shuddering, quais são os episódios paroxísticos mais comuns na infância, quando esses eventos são normais ou podem indicar algo mais sério.

O Que São Episódios Paroxísticos Não Epilépticos

Episódios paroxísticos são aqueles eventos que ocorrem de forma súbita, repetitiva e com início e fim bem definidos. Quando não estão associados à atividade elétrica cerebral anormal (como nas convulsões), são chamados de não epilépticos. Esses episódios são comuns na infância e podem incluir:

  • Shuddering;
  • Espasmos do choro (a criança prende a respiração e pode até desmaiar);
  • Mioclonias benignas (movimentos semelhantes aos espasmos);
  • Paroxismos hipercinéticos (movimentos involuntários repentinos);
  • Distonias transitórias.

Em muitos casos, esses eventos são benignos, autolimitados e não afetam o desenvolvimento da criança. Ainda assim, é importante uma avaliação para afastar condições neurológicas mais sérias.

Shuddering

O chamado shuddering, ou “tremor súbito”, é um episódio paroxístico benigno que ocorre, geralmente, nos primeiros anos de vida de uma criança, em que ela pode apresentar um tremor rápido e involuntário do tronco, da cabeça e dos braços, como se estivesse “arrepiando” ou com frio, porém não apresenta febre, alteração de consciência e tem a duração de poucos segundos. Esses episódios costumam:

  • Ser breves (1 a 5 segundos);
  • Ocorrer várias vezes ao dia ou mais de uma vez na semana;
  • Não deixar sequelas;
  • Sumir espontaneamente com o tempo.

Embora seja assustador à primeira vista, o shuddering não está relacionado à epilepsia e, na maioria dos casos, não precisa de tratamento. Mas para garantir o diagnóstico correto, uma avaliação com neuropediatra de sua confiança é sempre indicada.

Sinais de Atenção

Embora o shuddering e outros episódios paroxísticos benignos não indiquem uma doença grave, os pais devem estar atentos aos sinais de alerta que exigem investigação mais profunda:

  • Perda de consciência durante o episódio;
  • Rigidez corporal prolongada;
  • Alterações respiratórias (como cianose);
  • Olhar fixo ou desvio ocular;
  • Tremores assimétricos ou que envolvem um lado só do corpo;
  • Episódios que ocorrem durante o sono;
  • Regresso de habilidades (ex: a criança para de sentar, andar ou falar);
  • História familiar de epilepsia.

Se algum desses sinais estiver presente, o ideal é procurar um neuropediatra o quanto antes para uma melhor avaliação.

Como São Feitos o Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico é clínico na maioria dos casos. O neuropediatra escuta o relato dos pais, analisa possíveis vídeos dos episódios (quando disponíveis) e examina o desenvolvimento neurológico da criança. No entanto, quando há dúvidas sobre a natureza do episódio, o especialista pode solicitar exames complementares, como:

  • Eletroencefalograma (EEG): para avaliar a atividade elétrica cerebral;
  • Ressonância magnética do crânio: em casos com sinais neurológicos associados;
  • Vídeo EEG prolongado: se houver suspeita de epilepsia ou crises atípicas.

A boa notícia é que, na maioria dos casos de shuddering e episódios paroxísticos benignos, o exame neurológico é normal e a criança continua seu desenvolvimento sem alterações e sem a necessidade de tratamento.

Episódios de shuddering, espasmos do choro ou mioclonias benignas tendem a desaparecer espontaneamente com o crescimento da criança. O mais importante é o acompanhamento regular com o neuropediatra para garantir que o desenvolvimento esteja ocorrendo dentro do esperado.

Quando o episódio é causado por outra condição (como epilepsia ou distúrbio do movimento), o tratamento é direcionado à causa primária, podendo envolver medicações específicas, Fisioterapia ou outras intervenções.

Apoio aos Familiares e Acompanhamento

É comum que pais se sintam assustados ou culpados ao presenciarem esses episódios. Por isso, a orientação clara e o acompanhamento especializado são fundamentais. Ter o suporte de um neuropediatra ajuda a diferenciar episódios benignos de condições mais graves e evita ansiedade desnecessária. Além disso, filmar os episódios (com descrição do horário, da duração e do comportamento da criança) ajuda bastante no diagnóstico.

Se seu filho apresenta movimentos estranhos ou episódios repetitivos, procure um neuropediatra. O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado garantem segurança, tranquilidade e o melhor cuidado para a criança e toda a família.

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