Mitos e Verdades sobre Doenças Neuromusculares na Infância

Publicado em: 29 de maio de 2025
Quando se trata da saúde infantil, especialmente em relação às doenças neuromusculares, é comum que pais e cuidadores se deparem com informações conflitantes. A falta de conhecimento adequado pode levar a diagnósticos tardios e tratamentos inadequados.
Quando uma criança apresenta atraso motor, fraqueza muscular ou dificuldade para andar, a preocupação dos pais cresce e, muitas vezes, surgem mitos que mais atrapalham do que ajudam. Continue a leitura deste artigo para desvendar os principais mitos e verdades sobre doenças neuromusculares infantis, te ajudar a entender melhor essas condições e buscar o cuidado adequado.
As chamadas doenças neuromusculares infantis englobam um conjunto de condições que afetam os nervos periféricos, a medula espinhal ou os músculos. Elas podem ser congênitas (presentes desde o nascimento) ou se manifestar durante a infância.
O impacto da condição varia conforme o tipo e a gravidade, podendo comprometer funções motoras, respiratórias e até cognitivas em alguns casos. Entre as doenças neuromusculares mais conhecidas podemos citar:
Muitas vezes pode faltar informação, algumas pessoas acabam replicando informações falsas a respeito das doenças neuromusculares em crianças. Isso acaba assustando desnecessariamente os pais e familiares, por isso, confira, a seguir, alguns dos principais mitos e verdades acerca desse assunto:
Nem todas as doenças neuromusculares impedem a marcha. Algumas provocam apenas atraso motor leve ou fraqueza localizada. Com a reabilitação precoce, muitas crianças podem aprender a andar e realizar suas tarefas cotidianas com apoio adequado.
Algumas condições só se manifestam após o primeiro ano de vida, quando a criança começa a se movimentar mais. A Distrofia de Duchenne, por exemplo, costuma ser percebida entre os 2 e 5 anos, quando os pais notam quedas frequentes, dificuldade para correr ou subir escadas.
Apesar de serem menos comuns, muitas doenças neuromusculares infantis têm tratamentos eficazes. A reabilitação multidisciplinar melhora significativamente a qualidade de vida e, em alguns casos, até mesmo retarda a progressão da doença.
Existem outras causas que podem explicar quadros de fraqueza ou atraso motor, como, por exemplo, hipotonia benigna, atraso motor global e transtornos do neurodesenvolvimento (como o autismo). Por isso, é importante uma avaliação completa com um neuropediatra a fim de fechar um diagnóstico correto.
Quanto antes for feito o diagnóstico, maiores as chances de intervenção precoce com terapias, uso de órteses, medicamentos e apoio educacional. Isso reduz o impacto da condição no crescimento e na aprendizagem da criança.
Alguns sinais podem indicar que há algo fora do esperado no desenvolvimento motor da criança:
Ao notar qualquer um desses sinais, procure um neuropediatra para avaliação. Crianças com doenças neuromusculares precisam de acolhimento, adaptação escolar, quando necessário, e estímulos adequados. O suporte emocional e social também faz parte do tratamento.
Ao notar que o desenvolvimento da criança possa estar atrasado, o responsável deve marcar uma consulta com um médico neuropediatra de sua confiança. O diagnóstico das doenças neuromusculares costuma envolver exame físico, análise do histórico de desenvolvimento, exames laboratoriais (CPK, eletrólitos, lactato), eletroneuromiografia, testes genéticos para AME e distrofias, ressonância magnética e tomografias para certos casos.
A confirmação genética é essencial para definir o tratamento e fornecer aconselhamento à família. Embora nem todas tenham cura, o tratamento pode melhorar significativamente a autonomia e a qualidade de vida da criança. A abordagem costuma incluir:
Em alguns casos, terapias genéticas e novas abordagens têm transformado o prognóstico de crianças que antes não tinham alternativas. Desmistificar essas condições é o primeiro passo para garantir que mais crianças tenham a oportunidade de desenvolver seu potencial com qualidade de vida. Com informação confiável, apoio médico e cuidado contínuo é possível superar muitos desafios e promover inclusão real para essas crianças.