As doenças neurológicas em crianças são uma preocupação crescente na área da saúde, já que pode afetar diretamente o seu desenvolvimento físico, emocional e cognitivo. Por tanto, a saúde neurológica das crianças é crucial para seu desenvolvimento geral.

Acompanhar os sinais auxilia num diagnóstico precoce e faz a diferença para os tratamentos e gestão das doenças. Continue lendo o artigo e saiba sobre as Doenças Neurológicas mais Frequentes em Crianças.

O que são Doenças Neurológicas?

Doenças neurológicas são condições que afetam o sistema nervoso central e periférico, que engloba o cérebro, os nervos periféricos e a medula espinhal.

O sistema nervoso é a principal rede de comunicações do organismo, onde cada órgão possui suas funções; alguns captam mensagens e estímulos dos ambientes e outros interpretam esses estímulos. Quando prejudicado, o sistema nervoso afeta todos os órgãos, consequentemente ocasionando o mal funcionamento de suas funcionalidades.

Elas podem ser causadas por diversos fatores, como genética, lesões traumáticas e processos degenerativos. Seus sintomas podem mudar de pessoa para pessoa já que possuem uma ampla variedade, podendo ser dores de cabeça, fraqueza muscular, alterações comportamentais, convulsões, entre outros.

Doenças Neurológicas mais Frequentes em Crianças

Nas crianças, doenças neurológicas podem ser ainda mais severas, já que afetam todo o seu desenvolvimento. Isso pode prejudicar sua qualidade de vida atual e futura. Sendo assim, é importante conhecer as doenças neurológicas mais frequentes em crianças e se atentar aos pequenos sinais que seu filho pode apresentar. Confira:

Epilepsia

A epilepsia é um dos distúrbios neurológicos pediátricos mais conhecidos, podendo afetar cerca de 1% das crianças em todo o mundo.

Essa condição do cérebro é ocasionada por um desequilíbrio na transmissão dos neurônios. Quando esses sinais transmitidos sofrem alguma interferência, pode ocorrer um “curto-circuito”, que é chamado de crise epiléptica.

Causas

Muitos fatores podem ser o motivo da epilepsia, inclusive os intrauterinos, mas podemos listar algumas causas:

• Infecções cerebrais;
• Traumas na cabeça;
• Tumores cerebrais;
• Malformações congênitas;
• Desnutrição;
• Meningite viral;
• Asfixia durante o parto.

Sintomas

Os sintomas da epilepsias são mais fáceis de perceber, já que ocorre diretamente com o corpo e estado físico da criança, porém eles variam na intensidade de acordo com a parte do cérebro afetada:

• Movimentos bruscos e descontrolados nas mãos e pernas;
• Olhar vago;
• Perda de consciência;
• Abalos musculares.

Tratamentos

O tratamento da epilepsia em crianças varia de acordo com o tipo de distúrbio apresentado pelo diagnóstico, porém alguns desses distúrbios podem ser tratados com:

• Medicamentos;
• Intervenções cirúrgicas;
• Dieta cetogênica.

Paralisia Cerebral (PC)

É um grupo de distúrbios do movimento que prejudicam e afetam a capacidade de se mover e manter o equilíbrio. Ela ocasiona alterações neurológicas permanentes que afetam o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças.

Causas

Muitas vezes, é difícil estabelecer uma causa específica da paralisia cerebral. É possível identificar alguns fatores que influenciam para esse processo, veja:

• Complicações durante a gestação;
• Prematuridade;
• Asfixia durante o parto;
• Traumatismo craniano;
• Infecções cerebrais;
• Icterícia grave.

Sintomas

Os sintomas da paralisia cerebral dependem da sua gravidade, mas geralmente demonstram a falta de controle motor, o equilíbrio e o desenvolvimento físico das crianças, como:

• Alterações motoras;
• Músculos rígidos ou frouxos;
• Atrasos no desenvolvimento;
• Problemas de equilíbrio e postura;
• Movimentos involuntários;
• Dificuldades na fala.

Tratamentos

Não há cura para a paralisia cerebral, porém é possível tratá-la de forma com que se tenha uma melhora significativa nos sintomas e também na mobilidade da criança, sendo:

• Fisioterapia;
• Terapia ocupacional;
• Medicamentos.

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O TEA é uma condição de desenvolvimento que afeta a forma em que as crianças veem o mundo, impactando a sua comunicação, seu comportamento e sua interação social.

Sintomas

Crianças com TEA podem apresentar sintomas muito específicos ou alguns até mesmo imperceptíveis, que acabam passando batido pelos pais, por isso é sempre importante acompanhar o desenvolvimento do seu filho. Apesar disso, alguns dos sintomas mais comuns são:

• Comportamentos repetitivos;
• Atraso na fala, habilidades e linguagem;
• Dificuldade de entender pistas sociais;
• Hiperfoco exagerado;
• Sensibilidade com texturas e sons.

Causas

As principais causas reais desse espectro envolvem fatores genéticos e ambientais, onde a questão genética se torna predominante. Além desses principais fatores, podem existir mais causas que não são em todos os casos, apenas em específicos, ou seja, não é uma regra:

• Prematuridade;
• Sofrimento fetal.

Tratamentos

Os meios de tratamento para o transtorno de espectro autista é em forma de terapias ou uso de medicamentos para casos específicos, que auxiliam melhor no desenvolvimento e na interação social das crianças, como:

• Terapia de fala;
• Terapia comportamental;
• Terapia ocupacional;
• Medicamentos;
• Psicoterapia.

Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

O TDAH é uma condição crônica do neurodesenvolvimento que afeta a capacidade de se concentrar e controlar os impulsos nas crianças, ou seja, ela é caracterizada por um comportamento impulsivo associado a dificuldade de manter o foco em certas atividades, o que pode atrapalhar a qualidade de vida dos pequenos.

Sintomas

Os principais sinais do TDAH em criança são:

• Desatenção;
• Inquietude;
• Hiperatividade;
• Impulsividade;
• Esquecimento.

Causas

As causas desse transtorno podem ser variadas, desde fatores considerados menos graves até os mais graves, confira:

• Fatores genéticos;
• Alterações neurológicas;
• Ambiente tóxico;
• Prematuridade e/ou baixo peso ao nascer;
• Substâncias prejudiciais ingeridas na gravidez;
• Exposição ao chumbo;
• Sofrimento fetal.

Tratamentos

Os tratamentos são feitos em sua maioria com terapias (psicoterapia) e medicamentos, no entanto, muitos pais buscam outras formas de tratamento que envolvem alimentação e atividades que possam melhorar o funcionamento cognitivo e comportamental de seus filhos.

Doenças Neuromusculares

As doenças neuromusculares afetam os nervos que controlam os músculos, causando fraqueza muscular progressiva ao longo do tempo. Exemplos de doenças neuromusculares bem conhecidas são a distrofia muscular, miastenia gravis e distúrbios que envolvem o neurônio motor.

Sintomas

Os sintomas desse distúrbios são mais expressivos e podem ser observados com certa facilidade, mas isso precisa de atenção e cuidado, confira:

• Fraqueza muscular;
• Postura anormal;
• Atrofia muscular;
• Fadiga excessiva;
• Tremores ou movimentos involuntários;
• Cãibras e espasmos musculares.

Causas

As causas das doenças neuromusculares podem ser:

• Paralisia cerebral;
• Lesões na medula espinhal;
• Infecções virais;
• Distúrbios metabólicos;
• Deficiências nutricionais.

Tratamentos

O tratamento varia dependendo da causa e da gravidade dos sintomas presentes na criança. Mesmo assim, pode incluir como tratamento:

• Terapias de reabilitação;
• Medicamentos;
• Suporte nutricional;
• Psicoterapia;
• Intervenções cirúrgicas.

Papel do Neuropediatra

O neuropediatra, para essas doenças, é o principal apoio para os pais e seus filhos. Ele irá auxiliar no melhor tratamento e avaliar as melhores opções para melhorar a qualidade de vida dos pequenos.

Tratar as crianças é essencial para sua melhoria, isso irá ajudá-la a se desenvolver e aumentar sua qualidade de vida atual e futura; sendo assim, é crucial prestar atenção nos mínimos sintomas e sinais que seu filho apresenta, além disso é sempre importante ter um acompanhamento frequente com um médico neuropediatra.

Não hesite em procurar auxílio para o seu filho e ajude a evitar o agravamentos de possíveis doenças neurológicas.

Mais informações sobre este assunto na Internet:

• New Jersey Pediatric Neuroscience Institute
• Lone Star Neurology