Distúrbios da Marcha em Crianças: Possíveis Causas e Tratamentos

Distúrbios da Marcha

Publicado em: 12 de junho de 2025


Distúrbios da marcha em crianças ocorrem quando há alterações na forma como andam, seja por desequilíbrio, postura anormal, tropeços frequentes ou atraso para alcançar marcos motores esperados.

Em alguns casos, essas alterações são passageiras, mas em outros podem indicar condições neurológicas ou musculoesqueléticas que exigem avaliação especializada. Continue a leitura deste artigo e conheça mais sobre os distúrbios da marcha em crianças, suas possíveis causas e seus tratamentos.

A Marcha Infantil

A marcha é um processo complexo que envolve o funcionamento adequado do cérebro, dos nervos, músculos e das articulações. Quando algo não funciona como deveria, o padrão de caminhar pode ser afetado.

Nas crianças, a marcha normal se desenvolve em etapas. Até o período de 12 a 18 meses, a maioria das crianças começa a dar seus primeiros passos. A partir daí, o padrão de marcha vai se tornando mais estável e coordenado até cerca de 7 anos de idade. Entre os sinais mais comuns de que a marcha está se desenvolvendo normalmente podemos citar:

  • Passos simétricos;
  • Base dos pés alinhada;
  • Equilíbrio adequado;
  • Ausência de quedas frequentes.

Alterações persistentes em alguns desses aspectos podem se tornar um sinal de alerta.

Principais Causas de Distúrbios da Marcha em Crianças

Os distúrbios da marcha podem ter diferentes origens, sendo que as mais comuns são:

Condições Neurológicas

Alterações no cérebro, na medula espinhal ou nos nervos periféricos podem prejudicar a coordenação e o controle muscular.

  • Paralisia cerebral: causa rigidez, espasticidade ou movimentos involuntários que afetam a marcha;
  • Miopatias congênitas e distrofias musculares: causam fraqueza muscular progressiva;
  • Ataxias: comprometem o equilíbrio e a coordenação dos movimentos;
  • Neuropatias hereditárias: como a Doença de Charcot-Marie-Tooth, afetam os nervos dos membros inferiores;
  • Transtornos do neurodesenvolvimento: como o autismo, podem afetar o tônus muscular e a coordenação motora.

Alterações Musculoesqueléticas

Problemas nos ossos, nas articulações ou nos músculos também podem interferir na marcha.

  • Displasia do quadril;
  • Pé torto congênito;
  • Diferença no comprimento das pernas;
  • Doença de Perthes ou epifisiólise femoral.

Fatores Temporários ou Transitórios

Algumas crianças apresentam alterações de marcha que se resolvem com o tempo.

  • Marcha em ponta dos pés: comum em crianças pequenas, mas deve ser avaliada se persistir após os 2 anos;
  • Pé plano (chato): pode alterar a postura, mas, geralmente, melhora espontaneamente;
  • Fraqueza pós-viroses ou infecções.

Buscando Um Especialista

É importante procurar um especialista em Neuropediatria ou Ortopedia Infantil se a criança apresentar os seguintes sinais:

  • Dificuldade para andar após a idade esperada (após 18 meses);
  • Quedas frequentes ou tropeços sem motivo claro;
  • Marcha assimétrica (um pé arrastar, por exemplo);
  • Dor ao andar;
  • Andar na ponta dos pés persistente;
  • Rigidez muscular ou movimentos involuntários.

Quanto mais cedo a avaliação for feita, melhores são as chances de um diagnóstico e uma intervenção eficazes.

Diagnosticando e Tratando Distúrbios da Marcha

A avaliação começa com um histórico clínico detalhado e exame físico neurológico. Dependendo do caso, exames complementares podem ser solicitados:

  • Exames de imagem (ressonância magnética, radiografias);
  • Eletromiografia (para avaliar funções muscular e nervosa);
  • Testes genéticos (em suspeitas de doenças hereditárias);
  • Avaliações do desenvolvimento motor.

O trabalho conjunto entre neuropediatra, ortopedista e fisioterapeuta é essencial para um diagnóstico preciso, assim como o tratamento multidisciplinar que irá depender da causa identificada previamente. As principais estratégias incluem:

  • Fisioterapia motora: indispensável para melhorar a força, o equilíbrio, a coordenação e autonomia da criança. Pode incluir técnicas como:
    • Treino de marcha com apoio;
    • Exercícios para alongamento e fortalecimento muscular;
    • Uso de recursos como andadores e esteiras adaptadas.
  • Terapia Ocupacional: foca na funcionalidade para atividades do dia a dia e no uso adequado do corpo durante essas tarefas;
  • Uso de órteses: aparelhos ortopédicos (como tornozeleiras e palmilhas) ajudam a corrigir padrões anormais de marcha e prevenir deformidades;
  • Medicamentos ou cirurgias: em casos mais graves, como paralisia cerebral espástica, podem ser usados medicamentos para relaxar os músculos ou até mesmo intervenções cirúrgicas para melhorar a postura e a mobilidade.

Acolhimento das Crianças Com Distúrbios da Marcha

Crianças com distúrbios da marcha precisam de apoio constante nos ambientes familiar e escolar, por isso, a comunicação entre os cuidadores, profissionais de saúde e educadores é essencial para adaptar as atividades do dia a dia, promover a inclusão e garantir o progresso no tratamento.

A avaliação precoce é fundamental para identificar a causa e iniciar o tratamento adequado. Com apoio multidisciplinar é possível melhorar a qualidade de vida e garantir o desenvolvimento motor saudável da criança.

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