O que a Dificuldade para se Levantar do Chão Revela sobre a Força do seu Filho

Dificuldade para se Levantar do Chão

Publicado em: 11 de dezembro de 2025


Você já reparou se o seu filho tem dificuldade para se levantar do chão sem apoio? Embora, muitas vezes, pareça apenas uma característica individual ou uma questão de preguiça, essa dificuldade pode ser um importante sinal de alerta sobre a força e o desenvolvimento muscular da criança.

Continue a leitura deste artigo e entenda melhor o que esse comportamento pode indicar, quais são os possíveis motivos médicos ou motores por trás disso, e quando é hora de procurar um neuropediatra para uma avaliação mais detalhada.

Levantar do Chão É Um Marco de Desenvolvimento

Levantar do chão de forma independente exige coordenação, equilíbrio e força muscular, especialmente nos músculos das pernas, quadris e tronco. Durante o desenvolvimento infantil, esse movimento é um dos marcos motores observados pelos especialistas para avaliar se o sistema neuromuscular da criança está funcionando corretamente.

Crianças saudáveis, sem alterações neuromotoras, costumam se levantar usando a força das pernas, com apoio mínimo dos braços. Já aquelas com fraqueza muscular, hipotonia (baixo tônus muscular) ou problemas neurológicos tendem a compensar o movimento, usando estratégias diferentes.

O Que Pode Indicar Dificuldade para Levantar do Chão

A dificuldade para levantar do chão pode ter várias causas, desde falta de condicionamento físico até condições neuromusculares. Os principais motivos incluem:

Fraqueza Muscular

Crianças com fraqueza muscular precisam usar as mãos ou os joelhos como apoio para se levantar. Esse comportamento é conhecido como “sinal de Gowers” e pode estar relacionado a doenças que afetam o músculo, como as distrofias musculares.

Hipotonia Muscular

A hipotonia é uma diminuição da tensão natural dos músculos. Crianças hipotônicas parecem mais “moles” e podem demorar mais para atingir marcos motores, como sentar, engatinhar ou andar.

Alterações Neuromotoras

Doenças que afetam o sistema nervoso central ou periférico também podem causar essa dificuldade, pois interferem na comunicação entre o cérebro e os músculos. Exemplos incluem paralisia cerebral, miopatias congênitas e doenças neuromusculares autoimunes.

Falta de Condicionamento ou Sedentarismo

Nem toda dificuldade tem origem patológica. Crianças que passam muito tempo em telas e pouco em atividades físicas também podem apresentar fraqueza funcional por falta de estímulo muscular.

O Sinal de Gowers

Um dos sinais clínicos mais observados em Neuropediatria é o sinal de Gowers, nome dado ao movimento característico de “escalar o próprio corpo com as mãos” para conseguir se levantar do chão.

Esse padrão aparece quando os músculos das coxas e quadris estão enfraquecidos, tornando impossível levantar-se apenas com a força das pernas. Embora o sinal de Gowers não seja exclusivo de uma única doença, é frequentemente associado à distrofia muscular de Duchenne e outras doenças musculares hereditárias.

Quando Procurar Ajuda Médica

Procure um neuropediatra se você perceber que o seu filho:

  • Tem dificuldade para se levantar do chão sem apoio;
  • Evita correr, pular ou brincar como as outras crianças;
  • Cansa-se facilmente durante atividades físicas;
  • Apresenta quedas frequentes ou marcha diferente;
  • Está atrasado em outros marcos do desenvolvimento motor.

Esses sinais não significam necessariamente que há uma doença grave, mas merecem avaliação para descartar causas neuromusculares.

Como o Neuropediatra Avalia Esse Sintoma

Durante a consulta, o neuropediatra realiza uma avaliação motora completa, observando:

  • A forma como a criança se levanta, anda e corre;
  • O tônus e a força muscular;
  • A presença de reflexos anormais;
  • O histórico de desenvolvimento motor.

Em alguns casos, o especialista pode solicitar exames complementares, como:

  • Dosagem de enzimas musculares (CK ou CPK);
  • Eletromiografia e estudos de condução nervosa;
  • Ressonância magnética muscular ou cerebral;
  • Testes genéticos, quando há suspeita de doenças hereditárias.

O diagnóstico precoce é fundamental, pois permite iniciar o tratamento e a reabilitação antes que ocorram complicações.

O Papel da Fisioterapia e da Estimulação Motora

O tratamento depende da causa, mas a Fisioterapia motora e a Terapia Ocupacional são fundamentais para melhorar a força e a coordenação. Quando o diagnóstico é precoce, as terapias ajudam a:

  • Fortalecer os músculos enfraquecidos;
  • Estimular o equilíbrio e a postura;
  • Aumentar a independência nas atividades diárias;
  • Prevenir retrações e deformidades musculares.

O acompanhamento multiprofissional, com neuropediatra, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo, proporciona melhores resultados e qualidade de vida para a criança.

Observar como a criança realiza esse movimento ajuda os pais e profissionais de saúde a identificar precocemente alterações musculares ou neurológicas. Ao menor sinal de atraso ou mau desenvolvimento, não deixe de marcar uma consulta de avaliação com seu neuropediatra de confiança.

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