Alterações na Fala e Linguagem: Quando se Preocupar?

Alterações na Fala e Linguagem

Publicado em: 1 de maio de 2025


Alterações na Fala e Linguagem. Apesar de cada criança ter seu próprio ritmo de desenvolvimento, existem marcos esperados para cada fase da infância. Aos 12 meses, por exemplo, é esperado que ela emita seus primeiros sons e palavras simples. Entre 18 meses e 2 anos, o vocabulário deve se expandir significativamente. Já aos 3 anos, a criança deve começar a formar frases curtas e compreender instruções simples.

Na Neuropediatria, um atraso nesses marcos pode ser um sinal de condições neurológicas, como Transtornos do Espectro Autista (TEA), paralisia cerebral, Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem e síndromes genéticas que afetam a comunicação da criança. Continue a leitura deste artigo e conheça mais sobre quando se preocupar com alterações na fala e linguagem do seu filho.

Sinais de Alerta para Alterações na Fala e Linguagem

Embora algumas variações no desenvolvimento sejam normais, há sinais que indicam a necessidade de uma investigação mais aprofundada. Entre os principais sinais de alerta estão:

  • Falta de balbucio ou sons até os 12 meses;
  • Dificuldade em compreender comandos simples após os 2 anos;
  • Vocabulário reduzido ou dificuldade em formar frases aos 3 anos;
  • Disfluência excessiva ou gagueira persistente;
  • Problemas de articulação de sons que dificultam a compreensão da fala;
  • Regresso na fala, em que a criança perde habilidades que já havia adquirido.

Esses sinais podem indicar certas dificuldades neurológicas ou transtornos de linguagem que requerem avaliação neuropediátrica e até mesmo terapia fonoaudiológica especializada.

Causas Neurológicas das Alterações na Fala e Linguagem

As dificuldades na fala e na linguagem podem ter diversas causas, incluindo fatores ambientais e neurológicos. Entre as principais condições neuropediátricas associadas a essas alterações podemos citar:

  • Transtorno do Espectro Autista (TEA): caracterizado por dificuldades na comunicação verbal e não verbal, além de padrões de comportamento repetitivos;
  • Paralisia Cerebral: pode comprometer a coordenação dos músculos da fala, tornando a comunicação oral difícil;
  • Síndromes Genéticas: algumas condições, como a Síndrome de Down e a Síndrome de Rett, afetam o desenvolvimento da fala e da linguagem;
  • Distúrbios Auditivos: a perda auditiva neurossensorial pode interferir na aquisição da linguagem e na clareza da fala;
  • Fatores emocionais e ambientais: situações de estresse, ansiedade ou falta de estímulos adequados podem interferir no desenvolvimento da linguagem;
  • Distúrbios específicos da linguagem: algumas crianças apresentam dificuldades na fala sem uma causa aparente, sendo diagnosticadas com Transtorno do Desenvolvimento da Linguagem (TDL).

Diagnosticando Alterações Na Fala e Linguagem

Diagnosticar precocemente as alterações na fala e linguagem de uma criança é essencial para uma intervenção mais eficaz. O neurologista infantil responsável pelo caso avalia a história clínica da criança, realiza exames neurológicos e pode solicitar testes complementares, como audiometria, exames genéticos e neuroimagem, dependendo da suspeita diagnóstica.

O tratamento depende da causa do problema e pode incluir:

  • Terapia fonoaudiológica: ajuda no desenvolvimento das habilidades linguísticas e articulação dos sons;
  • Aparelhos auditivos ou implantes cocleares: para crianças com perda auditiva significativa;
  • Intervenção multidisciplinar: em casos mais complexos, pode ser necessário o acompanhamento de psicólogos, terapeutas ocupacionais e neurologistas;
  • Estimulação precoce: brincadeiras, músicas e interações diárias são fundamentais para estimular o desenvolvimento da fala e linguagem.

A abordagem terapêutica adotada em alguns casos envolve uma equipe multidisciplinar, incluindo fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos, para estimular o desenvolvimento da comunicação. A terapia fonoaudiológica pode focar em aprimorar a articulação, expandir o vocabulário e melhorar a compreensão da linguagem.

Quando Procurar um Neuropediatra

Nem toda dificuldade na fala e linguagem é um indicativo de um problema grave, mas é importante estar atento a alguns sinais que podem sugerir a necessidade de uma avaliação profissional. A intervenção precoce aumenta significativamente as chances de melhora, permitindo um desenvolvimento mais próximo do esperado.

Algumas situações que merecem atenção incluem:

  • Aos 12 meses, a criança não balbucia ou emite sons para se comunicar;
  • Aos 18 meses, não aponta para objetos ou faz poucas tentativas de comunicação verbal;
  • Aos 2 anos, tem um vocabulário muito restrito e dificuldade para formar frases simples;
  • Aos 3 anos, sua fala ainda não é compreendida por familiares e cuidadores;
  • Aos 4 anos, apresenta trocas constantes de fonemas, como substituir o “r” pelo “l”;
  • Aos 5 anos ou mais, continua apresentando dificuldades na articulação das palavras e na construção de frases.

Se houver dúvidas sobre o desenvolvimento da fala do seu filho, não hesite em buscar orientação especializada. O acompanhamento neuropediátrico pode fornecer um diagnóstico preciso e direcionar a criança para os tratamentos mais adequados, garantindo uma melhor qualidade de vida e comunicação eficaz no futuro.

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