Andar na Ponta dos Pés – o que Pode Ser?

Andar na Ponta dos Pés

Publicado em: 10 de julho de 2025


É comum que crianças pequenas, especialmente durante os primeiros anos de vida, apresentem o hábito de andar na ponta dos pés. Na maioria dos casos, isso faz parte do desenvolvimento motor normal e tende a desaparecer com o tempo. No entanto, quando esse padrão de marcha persiste após os 2 anos de idade ou é acompanhado de outros sinais, pode indicar condições neurológicas que merecem atenção.

Continue a leitura deste artigo e descubra porque algumas crianças andam na ponta dos pés, as possíveis causas neurológicas e quando é necessário buscar avaliação médica especializada.

Por Que Algumas Crianças Andam na Ponta dos Pés

Muitos pais notam que seus filhos pequenos andam na ponta dos pés durante o desenvolvimento motor. Em boa parte dos casos, isso não está relacionado a nenhum problema de saúde e desaparece naturalmente com o tempo. Algumas possíveis explicações incluem:

  • Hábito motor transitório: a criança testa novas formas de se movimentar e a ponta dos pés oferece uma sensação diferente de apoio;
  • Imaturidade neurológica: o sistema nervoso ainda está em formação e a criança pode ter dificuldade temporária em controlar completamente os músculos da perna e do tornozelo;
  • Preferência sensorial: algumas crianças com hipersensibilidade tátil evitam encostar os calcanhares no chão por desconforto;
  • Tônus muscular alterado: um tônus muscular aumentado ou desequilibrado pode dificultar o movimento completo de calcanhar ao chão.
  • Alterações do neurodesenvolvimento: em casos como Transtorno do Espectro Autista ou paralisia cerebral leve, a marcha na ponta dos pés pode estar associada ao quadro clínico.

A persistência desse comportamento ou sua associação com outros sinais pode indicar a necessidade de investigação por um neuropediatra.

Causas Possíveis

Marcha em Ponta dos Pés Idiopática

É o caso mais comum e, geralmente, inofensivo. Ocorre em crianças saudáveis e tende a desaparecer até os 3 anos de idade. Quando persiste após essa fase, pode exigir avaliação.

Condições Neurológicas

Certas condições neurológicas podem causar marcha persistente na ponta dos pés:

  • Paralisia Cerebral: comumente associada à espasticidade muscular e rigidez nas pernas;
  • Transtorno do Espectro Autista (TEA): a marcha atípica pode ser uma estereotipia ou resultado de questões sensoriais;
  • Distrofias Musculares: doenças genéticas que afetam a força muscular e alteram o padrão da marcha;
  • Lesões na medula espinhal: como siringomielia, que pode afetar o controle motor dos membros inferiores.

Encurtamento do Tendão de Aquiles

Essa condição limita a flexão do tornozelo, dificultando que o calcanhar encoste no chão, levando a criança a caminhar exclusivamente com o antepé.

Procurando Ajuda Médica

Nem todo caso de marcha em ponta dos pés é sinal de alerta. Porém, é importante buscar uma avaliação médica com um neuropediatra nos seguintes casos:

  • A criança continua andando assim após os 2 anos de idade;
  • O padrão de marcha é constante (não ocorre apenas de vez em quando);
  • atraso no desenvolvimento motor, na fala ou em outras habilidades;
  • A criança não consegue encostar os calcanhares no chão mesmo quando parada;
  • Presença de rigidez muscular, quedas frequentes ou desequilíbrio;
  • Histórico familiar de distúrbios neuromusculares.

Esses sinais podem indicar alterações no tônus muscular, na coordenação ou no funcionamento neurológico que merecem investigação mais profunda.

O Diagnóstico e Tratamento

Diagnosticar a causa do caminhar na ponta dos pés é um processo clínico e pode ser complementado com exames. O neuropediatra avaliará:

  • Histórico do desenvolvimento motor e familiar;
  • Exame físico e neurológico: avaliação de tônus, reflexos, equilíbrio e coordenação;
  • Exames de imagem, como ressonância magnética (quando necessário);
  • Exames genéticos ou neuromusculares, em casos suspeitos.

Sendo assim, o tratamento indicado vai depender da causa identificada:

  • Marcha idiopática: em muitos casos, apenas acompanhamento é necessário;
  • Fisioterapia motora: para alongamento, equilíbrio e fortalecimento muscular;
  • Órteses (botas ortopédicas): podem ser indicadas para auxiliar na correção da marcha;
  • Tratamento de base: quando há uma condição neurológica associada, o plano terapêutico inclui abordagem multidisciplinar.

O acompanhamento precoce permite melhores resultados e evita complicações futuras, como encurtamentos musculares ou deformidades ósseas. Se você percebe que seu filho ainda anda na ponta dos pés após os 2 anos de idade ou apresenta outros sinais motores ou comportamentais atípicos, não hesite em buscar ajuda especializada.

Mais informações sobre este assunto na Internet: