Tiques em Crianças: O Que São e Quando Precisam de Atenção?

Tiques em Crianças

Publicado em: 10 de abril de 2025


Tiques são conhecidos como movimentos ou vocalizações involuntárias, súbitas e repetitivas que podem variar em intensidade e frequência. Embora sejam muito comuns na infância e, na maioria dos casos, temporários, alguns tiques podem persistir e interferir no bem-estar e na vida social da criança.

Continue a leitura deste artigo e saiba mais sobre o que são os tiques, suas causas e quando é necessário buscar ajuda médica.

O Que São Tiques

Tiques nada mais são do que movimentos ou sons involuntários que tendem a ocorrer repetidamente sem um propósito específico, podendo ser classificados em dois tipos principais, sendo eles:

  • Tiques motores: envolvem movimentos musculares, como piscar os olhos, franzir a testa, encolher os ombros ou mexer a cabeça;
  • Tiques vocais: incluem sons como pigarrear, tossir, fungar ou repetir palavras.

Com isso, os tiques podem ser simples (envolvendo apenas um grupo muscular ou um som específico) ou complexos (combinando diferentes movimentos e vocalizações). Muitas crianças apresentam tiques passageiros, que desaparecem espontaneamente após algumas semanas ou meses. No entanto, quando esses movimentos persistem por mais de um ano, podem ser classificados como crônicos.

Principais Causas de Tiques em Crianças

Apesar da causa exata dos tiques ainda não ser completamente compreendida pela Medicina, diversos indícios apontam que fatores genéticos, neurológicos e ambientais podem, sim, influenciar seu surgimento, confira:

  • Histórico familiar de tiques ou transtornos neuropsiquiátricos: crianças cujos familiares apresentam tiques ou transtornos como Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) podem ter maior predisposição;
  • Ansiedade e estresse emocional: situações de tensão, mudanças na rotina e pressão escolar podem intensificar os tiques;
  • Distúrbios neurológicos: a Síndrome de Tourette, por exemplo, é caracterizada por múltiplos tiques motores e vocais persistentes, com importante repercussão diária;
  • Alterações neuroquímicas: desequilíbrios nos neurotransmissores, como a dopamina, podem desempenhar um papel na manifestação dos tiques.

Quando os Tiques Merecem Atenção

Na maioria das vezes, os tiques infantis são transitórios, ou seja, desaparecem sem necessidade de tratamento. No entanto, é recomendável procurar ajuda de um especialista nos seguintes casos:

  • Os tiques duram mais de um ano, tornando-se crônicos;
  • A frequência e intensidade dos tiques aumentam com o tempo;
  • Os tiques causam dor, desconforto devido à repetição constante de determinados movimentos;
  • A criança apresenta dificuldades escolares ou sociais, como vergonha, isolamento ou baixa autoestima;
  • Estão associados a outros sintomas, como dificuldades de aprendizado, irritabilidade excessiva ou comportamentos compulsivos.

A avaliação por um neurologista infantil ou psicólogo pode ser necessária para descartar outras condições e determinar o melhor plano de acompanhamento.

Diagnosticando e Tratando

O diagnóstico é feito com base na observação clínica e análise do histórico médico da criança. Existem casos em que exames neurológicos podem ser solicitados pelo neurologista infantil para descartar outras condições como a epilepsia ou os transtornos motores mais complexos.

Quando identificado, o tratamento dos tiques pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas e do impacto da condição na vida da criança. Algumas das abordagens indicadas podem incluir:

  • Acompanhamento psicológico: terapias comportamentais, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), ajudam a reduzir os tiques e a controlar gatilhos emocionais;
  • Medicamentos: em casos mais graves, medicações podem ser prescritas para reduzir a frequência e intensidade dos tiques, especialmente se estiverem associados aos transtornos como TOC ou TDAH;
  • Redução do estresse: técnicas de relaxamento, como mindfulness e exercícios físicos, podem contribuir para a diminuição dos sintomas;
  • Adaptação da rotina: manter horários regulares de sono e minimizar a exposição a fatores estressantes podem ajudar a reduzir os tiques.

Embora os tiques possam causar preocupação nos pais, é importante lembrar que, em muitos casos, eles não requerem nenhum tipo de intervenção médica. O apoio emocional e a compreensão da família são fundamentais para que a criança não se sinta pressionada ou envergonhada pelos movimentos involuntários.

Se seu filho apresenta algum tipo de tique, não hesite em buscar ajuda de um neuropediatra e garanta uma melhor qualidade de vida na infância da criança.

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