Além do Tique: Como Diferenciar Tiques Comuns da Síndrome de Tourette

Síndrome de Tourette

Publicado em: 16 de outubro de 2025

Atualizado em: 17 de outubro de 2025


É comum que crianças apresentem movimentos ou sons repetitivos em alguma fase da infância, como piscar os olhos, mexer a cabeça ou emitir pequenos ruídos. Esses comportamentos, chamados de tiques, na maioria das vezes, são passageiros e não indicam nenhuma doença grave. No entanto, quando os tiques persistem ou se intensificam, pode haver a suspeita de Síndrome de Tourette, um transtorno neurológico que exige atenção especializada.

Entender as diferenças entre tiques comuns e essa condição é fundamental para identificar sinais de alerta e buscar o acompanhamento adequado. Continue a leitura deste artigo e saiba mais como diferenciar tiques comuns da Síndrome de Tourette.

O Que São Tiques

Os tiques são movimentos ou sons repentinos, rápidos e de difícil controle voluntário. Eles podem ser classificados em:

  • Motores simples: piscadas, caretas, movimentos de ombros;
  • Motores complexos: pular, tocar objetos repetidamente, gestos mais elaborados;
  • Vocais simples: pigarro, grunhidos, assobios;
  • Vocais complexos: repetição de palavras ou frases, uso de termos inapropriados.

Na maioria dos casos, os tiques são transitórios e desaparecem em meses, especialmente durante a infância.

A Síndrome de Tourette

A Síndrome de Tourette é um distúrbio neurológico crônico que começa na infância ou adolescência, caracterizada pela presença de múltiplos tiques motores e pelo menos um tique vocal, que persistem por mais de um ano. Ela pode vir acompanhada de outras condições, como:

A gravidade dos quadros varia bastante, já que, em alguns casos, os tiques são leves, enquanto em outros, interferem significativamente na vida escolar, social e emocional da criança.

Diferenças Entre Tiques Comuns e Síndrome de Tourette

Alguns pontos podem ser observados para diferenciar crianças com tiques comuns e crianças com Síndrome de Tourette, como, por exemplo:

  • Tempo de duração: tiques comuns costumam durar menos de 1 ano, na Tourette, persistem por longo prazo;
  • Complexidade: tiques passageiros, geralmente, são simples, já na Tourette podem ser múltiplos e complexos;
  • Impacto na vida diária: tiques isolados raramente atrapalham a rotina, na Tourette, podem causar dificuldades sociais e emocionais;
  • Acompanhamento clínico: tiques simples não exigem tratamento na maioria das vezes, mas a Tourette necessita de acompanhamento especializado.

Principais Sintomas de Alerta

Os pais devem ficar atentos quando a criança apresenta:

  • Tiques que aumentam em frequência ou intensidade;
  • Associação de tiques motores e vocais;
  • Dificuldade de controle, mesmo com esforço;
  • Prejuízo escolar ou social relacionado aos tiques.

Sinais na Escola: O Que Observar

Muitas vezes, a escola é o primeiro local onde os sintomas chamam atenção. Alguns sinais incluem:

  • Dificuldades de concentração devido à presença de tiques frequentes;
  • Isolamento social, quando a criança evita interações por vergonha;
  • Brincadeiras de mau gosto ou bullying, que podem piorar a autoestima;
  • Queda no rendimento escolar associada ao estresse e à ansiedade.

Nesses casos, o diálogo entre família, escola e profissionais de saúde é fundamental para oferecer suporte e estratégias de inclusão.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico da Síndrome de Tourette é clínico, feito por um neuropediatra a partir do histórico da criança e da observação dos sintomas. Não há um exame específico que confirme a condição, no entanto, testes podem ser solicitados para excluir outras causas.

O tratamento depende da gravidade e pode incluir:

  • Orientação e apoio psicológico para a criança e a família;
  • Terapias comportamentais, como a terapia de reversão de hábito;
  • Medicamentos, quando os tiques interferem intensamente na vida diária.

Como os Pais Podem Apoiar a Criança

O suporte da família e da escola é essencial no manejo da Síndrome de Tourette. Algumas estratégias incluem:

  • Evitar repreensões: os tiques não são voluntários e a criança não deve ser punida por eles;
  • Apoio emocional: acolher e conversar sobre a condição ajuda a reduzir a ansiedade;
  • Orientar professores e colegas: garantir que a escola compreenda o que são os tiques para evitar bullying e discriminação;
  • Promover a autoestima: incentivar hobbies, talentos e habilidades que fortaleçam a confiança da criança;
  • Buscar acompanhamento contínuo: manter consultas regulares com o neuropediatra e, se necessário, psicólogos ou terapeutas especializados.

O neuropediatra é o profissional indicado para avaliar cada caso, orientar a família e, se necessário, indicar o tratamento adequado. Com diagnóstico precoce, apoio familiar e estratégias de inclusão escolar, é possível melhorar a qualidade de vida da criança e ajudá-la a enfrentar os desafios da condição com mais segurança.

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