Movimentos Involuntários em Crianças: Entenda as Causas e os Tratamentos

Publicado em: 4 de setembro de 2025
É natural que os pais fiquem preocupados ao perceberem que seus filhos apresentam tremores, contrações musculares ou outros tipos de movimentos que parecem acontecer sem controle. Em muitos casos, esses movimentos involuntários em crianças podem ser benignos e transitórios. No entanto, em outros, podem indicar alterações neurológicas que merecem avaliação especializada.
Entender o que está por trás desses sinais é fundamental para agir com segurança. Continue a leitura deste artigo e conheça melhor sobre os tipos mais comuns de movimentos involuntários em crianças, suas causas, como são diagnosticados e quais as opções de tratamento.
Movimentos involuntários são aqueles que ocorrem sem a vontade da criança e fora do seu controle consciente. Eles podem se manifestar de diversas formas, tais como:
Esses movimentos podem ser ocasionais, frequentes ou contínuos, e variar em intensidade ao longo do tempo.
As causas podem variar bastante, desde condições benignas até doenças neurológicas mais complexas. Veja as mais comuns:
Os chamados tiques são movimentos ou sons repetitivos e involuntários como piscar os olhos, mexer o pescoço ou emitir sons com a garganta. São comuns na infância, especialmente entre 5 e 10 anos, e, muitas vezes, desaparecem com o tempo. Quando persistem ou causam sofrimento, podem estar relacionados ao Transtorno de Tourette ou outros distúrbios neurológicos.
A Coreia é caracterizada por movimentos rápidos, descoordenados e imprevisíveis, que parecem dançarinos. A coreia de Sydenham, por exemplo, pode surgir após infecções por estreptococos (como a febre reumática).
A distonia provoca contrações musculares prolongadas e posturas anormais. Pode afetar apenas uma parte do corpo (como o pescoço ou os dedos) ou várias ao mesmo tempo.
São espasmos musculares rápidos e súbitos, como pequenos “choques” nos músculos. Podem ser benignos (como aqueles que ocorrem quando a criança está adormecendo) ou fazer parte de síndromes neurológicas.
Algumas formas de epilepsia se manifestam com movimentos involuntários curtos e repetitivos, que podem parecer tiques ou espasmos. É importante diferenciar para garantir o tratamento correto.
São eventos súbitos e temporários que imitam crises epilépticas, mas sem atividade elétrica cerebral anormal. Podem ser emocionais ou relacionados aos distúrbios do movimento.
Alterações no sistema nervoso periférico ou em doenças metabólicas hereditárias também podem provocar movimentos fora do controle, geralmente associados a outros sintomas, como fraqueza, regressão de habilidades ou atraso motor.
Nem todo movimento estranho é motivo de alarde. Porém, é fundamental procurar um neurologista pediátrico quando os movimentos:
A regra de ouro é observar o contexto e a repetição. Se algo parecer diferente do habitual ou começar a piorar com o tempo, o ideal é investigar.
Para estabelecer um diagnóstico, o médico neuropediatra de sua confiança começará uma avaliação clínica detalhada, incluindo histórico da gestação, parto, marcos do desenvolvimento e padrão dos movimentos. Alguns exames que podem ser solicitados são:
O tratamento necessário pode depender da causa dos movimentos involuntários. Mas algumas abordagens incluem:
Além dos aspectos clínicos, é essencial cuidar da saúde emocional não apenas da criança, mas também de seus familiares. Movimentos involuntários podem gerar insegurança, vergonha e afetar a autoestima. Explicar o que está acontecendo com uma linguagem adequada à idade da criança, buscar apoio psicológico quando necessário e conversar com a escola são atitudes fundamentais.
Os movimentos involuntários em crianças podem ter origens diversas, algumas simples e outras que exigem maior atenção. O mais importante é que, na grande maioria dos casos, há tratamento e melhora da qualidade de vida com o acompanhamento adequado. Se você notar algo diferente no padrão de movimentos do seu filho, não hesite em procurar um neuropediatra. O diagnóstico precoce faz toda a diferença no tratamento e no bem-estar da criança.